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Foto do escritorRicardo Anselmo de Castro

OS MODELOS DE GESTÃO SUCUMBIRÃO SEMPRE À TECNOLOGIA, A MENOS QUE...


O artigo mostra a relação entre os modelos de gestão, a cultura empresarial e a tecnologia, destacando que a implementação de novos modelos é lenta e exige esforço das lideranças. Por outro lado, a adoção da tecnologia é preferida por prometer resultados rápidos mas, quando usada universalmente, a vantagem competitiva pode se esbater. O artigo mostra um caminho viável para as empresas que estão ativamente à procura de uma decisiva vantagem competitiva.


Palavras-chave: tecnologia, inovação, políticas empresariais.



Qualquer modelo de gestão baseia-se

em certas políticas, concretizadas

em regras e procedimentos.

Isso parece-me óbvio.

E enquanto a maior parte do trabalho

for feito por pessoas, a adesão aos

modelos de gestão está dependente

do comportamento das mesmas.

Sim, mas de um ponto de vista

da cultura vivida pela empresa,

como a poderíamos aferir?

Isso também me parece óbvio!

Os comportamentos (mais vezes)

testemunhados são o melhor

aferidor da cultura existente.

Estás a dizer que quando seguido,

um novo modelo de gestão leva

a uma nova cultura empresarial.

Quando seguido, sim.

Só que não te esqueças que, até que

um novo comportamento produza bons

resultados é necessário muita repetição

para gerar consistência e hábito...

E um elevado dispêndio de energia

por parte das lideranças...

Nem mais.

Ou seja, para uma empresa já existente,

seguir a fórmula «cultura produz resultados»

leva bastante tempo (pois há uma elevada inércia)!

Infelizmente, parece ser esse o caso.

Não admira por isso, que os modelos

de gestão sejam vistos como lentos

para se atingir resultados.

E é inegável de que existe uma pressão

para melhorar a taxas cada vez maiores.

Se estamos aqui só para constatar

o óbvio também posso ajudar!

Ah, calma! Estava só a querer dizer que,

nesse caso, os modelos de gestão

continuarão a ser preteridos por

qualquer outro método que prometa

resultados mais rápidos e a um menor esforço.

Sim, acho que é uma conclusão sólida...

nas empresas, quase todos preferem o

tangível ao intangível, quase todos

preferem o prático ao «teórico».

Moral da história:

o caminho para a tecnologia fica

escancarado, tornando-se mainstream.

É por isso que o mercado

das tecnológicas tem crescido nos

últimos anos a uma taxa elevada!

E se chamares novamente a «inércia»,

enquanto a taxa de crescimento não baixar,

os gestores não verão razão para

mudar de paradigma / estratégia.

Verdade. A menos que...

A menos que?

A menos que se gere aqui um empate técnico.

Explica melhor...

Se todos adotarem a tecnologia a um mesmo

nível, que vantagem competitiva daí virá?

A minha inclinação é para considerar que

quem não usa a tecnologia a seu favor

está fora do mercado muito rapidamente

— mas daí a afirmar que é a tecnologia que

fornece uma decisiva vantagem competitiva...

Tendo a concordar. Vejo-a

como uma condição necessária,

mas longe de ser suficiente.


Enquanto as empresas forem constituídas

por pessoas, trabalhar na sua inteligência

é uma ação sensata, mas igualmente segura.

Sim, a inteligência nas empresas traduz-se

nas competências que nos permitem resolver

os problemas melhor e mais rapidamente. Ora,

o que não é a melhoria contínua senão também

um modelo de gestão, para além de um conjunto

de técnicas, ferramentas e metodologias

de problem solving?

E, por arrasto, na capacidade de usar

a tecnologia a um nível ainda superior…

Exatamente!

A parte visível da melhoria contínua

está em libertar uma enorme capacidade

escondida sem recorrer a investimento, sim.

Mas para além disso queremos usá-la

para aumentar a inteligência individual

e das próprias equipas.

Deste modo, as empresas estarão não só

a proteger os seus ativos mais caros —

as próprias pessoas — como elas se

estarão a proteger a si próprias.

Em suma, os modelos de gestão sucumbirão sempre

à nova tecnologia, a menos que os primeiros consigam

interagir com a tecnologia de modo a capitalizá-la melhor

e mais rapidamente, do que as empresas concorrentes.

Touché.




REFERÊNCIAS


[1] Castro, Ricardo A. - Doentes que não esperam (2024), Cordel d'Prata.

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